UNIVERSIDAE FEDERAL DA BAHIA UFBA/IRECÊ CICLO- CINCO ATIVIDADE -PEDAGOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA PROFª- ROSELI DE SÁ CURSISTA:VERAVASCONCELOS
O estudo do Geac de Pedagogia ao Longo da História, fez-me reportar a
fala do professor Luciano Bonfim, quando na abertura do Seminário do
Ciclo Três em Salvador, dizia que “Educar não é subestimar, é incentivar
o pensar” “pensar a didática, não basta conhecer teóricos, mas que
saibamos sim, os conhecimentos” (Bonfim).
Constato que esse estudo proposto pela professora e doutora Roseli
está sendo importante porque promoveu o pensar em relação ao educar, e
que para isso estou tendo que debruçar sobre a História da Educação e
obter um pouco de conhecimento sobre fatos históricos para adquirir
saberes indispensáveis à compreensão de que, entender as origens dessa
história, me possibilita a compreensão dos fatos ocorrentes no presente,
e que os mesmos possuem uma relação condizente com o passado.E para que
eu comece a entender as evoluções e transformações na área da
pedagogia, estou tendo a oportunidade de ler e discutir os pensadores do
Século das Luzes, e que ao fazer a leitura de mundo descobre a
ignorância de um povo submisso ao poder da nobreza e clero na idade
média.E que fez renascer a vontade de mudança naqueles que começavam a
perceber que algo estava errado em relação ao pensamento cristão, que
como sábios, detinham a cultura greco-romana e fez a ela suas próprias
leis como ponto central o Deus absoluto.Com essa idéia fez valer as
barbáries sobre um povo que vivia nas trevas da ignorância, ou seja, o
único conhecimento era o voltado para os pilares religiosos moneteista,
que, ou convertiam-se, ou perseguiam-se a todos os que não seguissem os
ensinamentos.Chegou a ponto do padre Santo Tomás fazer a observação
“Parece que só Deus ensina e deve ser chamado de mestre” Para ele já
nessa época, era importante que o potencial da criança se deveria dá com
auxílio de um mestre, o professor. E o que se ver nos tempos atuais,
nas aberturas das aulas nos pátios das escolas, são religiosas agirem
não tão diferente, invocando claramente o poder de Deus sobre as mentes
humanas justificando e fortalecendo as razões e ações dos alunos que
graças à “deus” não dão tanta prioridade.
No começo do século IX, o conteúdo de ensino era baseado nas sete artes liberais criadas pelos sofistas (485-410 a. C)
que usava seus discursos para persuadir, mas que também convencia aos
jovens. Segundo Platão e Sócrates, enganadores que cobravam caro pelas
suas aulas. Através delas se esboçava um programa de ensino, sendo
gramática (letras e literatura), retórica (oralidade e história),
dialética (raciocínio) correspondente ao ensino médio.E geometria
(geografia), aritmética (os números), astronomia (física), e música (as
leis do som, harmonia do mundo) correspondente ao ensino superior em que
o acesso a essas disciplinas era para poucos.Se não fosse um texto ao
nível acadêmico eu diria: - valha-me “deus”, não mudou quase nada de lá
pra cá! O que mudou mesmo? -O Enem, o Proune?A autonomia das
universidades favorecida pela constituição brasileira? Juro que vou
estudar sobre o assunto. Fico a matutar, se as escolas atuais herdassem
essa teoria para todos, como diz na constituição “educação, direito de
todos e um dever do estado” os jovens menos favorecidos não mendigavam
tanto nas repúblicas da vida.Infelizmente herdou o lado negativo em que
diz que a inclusão às disciplinas era para poucos. Categoricamente
afirmo esse fato por experiência própria quando o meu filho resolveu
estudar o que gostaria “Arte e mídia” e teve que deslocar para Paraíba e
sobreviver com uma pequena ajuda de custo do poder público num país que
conseguir um emprego que concilie o horário de trabalho ao estudo, é
muito difícil. Mais uma herança do feudalismo onde o capitalismo falava
mais alto.
O despertar para o conhecimento do mundo em relação aos objetos que o
cercava, teve seu inicio no renascimento onde o homem pensava em
libertar do poder absoluto de Deus sobre todas as coisas e entender que
ele próprio tem o poder de atuar e agir sobre a natureza e a razão de
sua existência, embora sem conhecimento para a ação dessa mudança. Já
tinha noções básicas de que o saber pode se dá também com o outro, no
que diz respeito ao prazer e alegrias do mundo, no caso do sexo, da
luxúria.E isso já significava que o homem se desligava do céu para a
terra voltada para as questões sociais com vistas mais atentas aos
fatos.
Essa idéia se acentua no Iluminismo com os pensadores da época no caso,
Rousseau, Kant e Locke que teorizavam a idéia de que a humanidade
possui o poder de interpretar e reorganizar o mundo, ou seja, são
capazes de buscar outras fontes de conhecimentos, se não aqueles
impostos pela igreja, principalmente as idéias liberais de Locke que
influenciava na economia em que encorajavam os burgueses que antes já
aspiravam o gerenciamento de seus próprios negócios sem intervenção do
estado,ou melhor dizendo, a luta pelos seus ideais.Com as idéias de
Locke as revoluções burguesas se espalhavam pelo mundo, mesmo com
algumas sem sucesso, como a Conjuração Mineira e Baiana.A idéia liberal
de Locke permanece até hoje, que mesmo não sofrendo as repreensões do
século XVI com
exceção das guerras, as mesmas acontecem um pouco amenas.Vemos com
clareza quando nas greves de professores, os que se destacam no poder de
articular, os chefes do poder público, ou subordinam com cargos
elevados, ou a marcação é serrada.Não tiram a liberdade de Imediato,
porém lentamente, quando desempregam, e às vezes recomendam outras
empresas a fazerem o mesmo. Nesse período, alem do encorajamento à luta
pela mudança na política-sócio-econômico, os filósofos
D´Alembert,Voltaire, Rosseau e Hevetius vêem o ensino como meio de
combate a fé impensada do povo e lutam pelos seus idéias perante aos
aristocratas que temem que um povo sábio causem desordem contrapondo a
ordem estabelecida nos impérios.Nos dias de hoje essa idéia aristocrata
do século XVI permanece no Brasil, é só olhar ao nosso redor no âmbito
educacional, principalmente no ensino público de “qualidade”, que na
maioria das vezes não passa do papel constituinte. Embora esses aspectos
vêm tendo melhorias a passo de tartaruga, temos que rever
cuidadosamente o que diz a constituição brasileira relacionada à
educação e principalmente aos cursos de formação de professores.O que
tenho presenciado como professora da rede pública, isso é mais um
discurso ilusório, porque pude comprovar quando na visita ao Tabuleiro
Digital (TD)
em que as crianças de sete anos de idade tiveram que caminhar no sol
escaldante porque a elas foi dificultado o transporte, e que esse mesmo
transporte quando em época de festas para divulgação pública é
disponível ao público em geral. Analisando
esse ponto fica difícil concordar com Rousseau em alguns aspectos, mas
em outros sim.Discordo quando acreditava que o cidadão não escolhe
representantes políticos a quem delegasse poderes, porque esse fato
mesmo quando os homens viviam em liberdade natural encontravam maneira
de solicitar um poder, e a ele reverenciar como os índios aos astros,
aos espíritos. Mas foi sábio quando disse que o homem não nasce ruim, a
sociedade o transforma. E quando centraliza os interesses pedagógicos na
criança e não mais no professor. Com esse pensar relato um fato
ocorrido no ano de 2005, com um grupo de alunos de terceira série, que
mesmo sem ter lido Rousseau, tentei convencer o grupo de alunos de
comportamento difícil, ou seja, comportamento influenciado pelo ambiente
em que vive, de que, não havia necessidade de impor regras e convocar
os pais ou responsáveis, ou ate mesmo a direção para que repensassem nas
suas ações impensadas na sala de aula. O difícil era convencer a esse
meu agir em relação aos alunos que muitas vezes fui chamada a atenção,
para que eu revesse esse lado de ser boazinha e relevar os conflitos que
ao entender, seria necessário a convocação de membros da policia
preparados na área educacional para conversar com os pais e alunos. Eu
interferia justificando que eu queria mesmo que aquelas crianças
pensassem por si só, em rever certos conceitos de brigas, preconceitos,
descaso com os colegas, partindo do pressuposto que criar regras
depende de pensar uma boa política para essa convivência.Lendo Rousseau
agora com Aranha e a professora Roseli
O
homem em estado de natureza é bom, mas se corrompe na sociedade: “O
homem nasce livre e por toda parte encontram –se aferros, considera
então importante o contrato social verdadeiro e legitimo. Que reúna o
povo numa só vontade, resultante do conhecimento de todas as pessoas
(Aranha, 1996)”.
Vi na prática, dois lados, o negativo e o positivo. Quando num ato de
deslize do aluno, nós professores e direção prontamente agimos com
atitudes corretivas, chamando os pais e na maioria das vezes não ouvindo
em primeiro lugar a criança, cortando o recreio, e eu por um tempo
defendi a idéia do contrato social, em querer resolver na base da
conversa, do conversar em reunião entre eles mesmos na busca do
entendimento e da resolução. Cheguei muitas vezes a passar por cima das
regras da escola na defesa dessa idéia. Passei por momentos cruciais,
quando nas questões mais ferrenhas entre eles, no caso as brigas
violentas, em que teria de entrar com um sinal de paz e levar pontadas
de lápis do sangue escorrer, fora os chutes (influencia social). O lado
positivo foi quando comprovei as tomadas de decisões em comum acordo
entre eles nos trabalhos de sala, principalmente nos trabalhos de grupo,
em que muitas crianças já aconselhavam os demais.As produções eram mais ricas em contexto. Pediam desculpas e perdão quando repensava no seu ato (Estado natural)
As idéias desses pensadores, no meu entender, está mexendo com meus
neurônios, embora lendo com outro olhar após o geac, ainda dificulta a
minha compreensão. Mas estou tentando fazer um paralelo com a minha
prática educativa. E por mais que quisesse linear o texto não foi
possível.
A minha opinião é que um estudo como esse deveria ser para todos desde o
inicio do curso.Acredito que não ficariam solta, tanta teoria e
prática, tanto profissional, quanto pessoal.
Referências:
SÀ,
Roseli - Intinerâncias Em Currículo: texto (incompleto) – tese de
doutorado intitulada: Hermenêutica de um currículo: o Curso de Pedagogia
da UFBA (2004).
SEVERINO, Joaquim Severino - Afinal, o que é Educação: Presente! : revista de educação-set/2005
http://www.aprendebrasil.com.br
ARANHA, Maria Lúcia Arruda – História da educação.Ed.2ª. Ed. Moderna. 1996
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