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Carta a professora Luiza (UFBA)

Irecê, 02 de dezembro de 2005.

Profª Luíza

O estudo do Geac “A pesquisa como ato formativo” me proporcionou um olhar mais consciente em relação a pesquisa como ato formativo, e me fez refletir sobre atividades desenvolvidas antes em sala de aula que na verdade só existia ali o nome “pesquisa” não favorecendo nem a mim como professora, e nem tampouco aos alunos o verdadeiro significado , ou seja, não me era permitido os segmentos para que ocorresse de fato uma pesquisa escolar baseado em curiosidades constantes de crianças mediante a um determinado assunto. Quantas vezes deixei passar essa oportunidade de favorecer o saber para cumprir com o plano de aula antes planejado por mim. Acredito ser ainda difícil, devido à ideia fixa e errônea que vinha tendo de que pesquisa era algo realizado por privilegiados e gênios de universidades, que ao ser descoberta sua potencialidade, lhe são fornecidos os meios para comprovação e a divulgação do saber entre poucos, ficando assim um experimento isolado de um grupo restrito para outro.
Através das leituras dos textos sugeridos por você fez-me entender o porque da minha atitude diante da pesquisa em sala de aula. A partir desse estudo e as discussões nos encontros contigo e cursistas, baseados nas suas provocações sempre leio e releio os textos, pois não tive uma participação ativa nos encontros com os monitores ora, por estar em outra atividade, ora planejamento na escola, como também o horário não coincidia.
De inicio ao fazer as leituras interacionalizara com os textos mais em discrepância do que concordância. Houve momentos que foi como bloqueio de neurônios, por mais que quisesse entender, não entendia nada. Com o decorrer das falas e sua mediação, fui assimilando o que tanto você queria que entendêssemos em relação à pesquisa como ato formativo. Fez compreender que as pesquisas sofisticadas de tratamento empírico, dos fatos reais tornem aceitável o que de fato é comprovado e não ficar atrelado somente a.dialógica de informações das informações me levando a crer e concordar com Demo quando diz que “a pesquisa nessas duas linhas não contribui para mudanças sociais, ao contrário, permanece a ociosidade e artificialidade do saber ficando somente nas cópias e repetições adaptadas a uma realidade ingênua do verdadeiro olhar da pesquisa cientifica”.(Demo). Esse estudo vem me ajudando a entender melhor as falas das crianças em resposta a um assunto proposto. Reflito mais ao ouvi-las, como também a compreender certas atitudes. Diante dessa colocação,entendo a fala de Pedro Demo quando diz “desmistificar a pesquisa há de significar o reconhecimento de imisção natural na prática, para além de todas as possíveis virtudes teóricas, em particular sua conexão necessária com a socialização do conhecimento. Quem ensina carece pesquisa; quem pesquisa carece ensinar” (Demo) .
Comecei a acatar e encorajar – me quando nos levantamentos de curiosidades das crianças sobre o que gostariam de saber em Ciências Naturais e quase a maioria disse querer saber porque existem vulcões e terremotos. Desencadeou além de muitos estudos, experimentos em sala de aula. Uma atitude me chamou atenção, quando quatro crianças se posicionaram ao centro da sala de braços cruzados e cabeças juntas. Antes de qualquer ação errônea da minha parte, interessei em saber o porque:
-Nós estamos imaginando ser uma nave poderosa para chegar ao núcleo da terra, bem lá onde está o magma, já que ninguém pode chegar até lá e contar para todo mundo como é.
-Não seria porreta, pró?
Comprovei professora Luiza, que essas crianças demonstraram serem fabulosos pesquisadores, resta as escolas e a nós educadores sairmos das cópias e copiadoras.
Hoje, graças a essa oportunidade o meu planejar não é mais com antes. Já tenho a preocupação de ouvir as perguntas das crianças, não por simplesmente, acreditando que as perguntas curiosas das permite a pesquisa e que as respostas encontradas em superficialidade, me induz a omissão de fatos.
Nesse Geac as perguntas feitas por você através de provocações, só aumentaram a curiosidade de percorrer caminhos à busca de mais conhecimentos.
Espero que esse Geac (Grupo de Estudos Acadêmicos) prossiga no ciclo cinco, pois pretendo permanecer contigo e fazer valer a minha participação mais ativa e autônoma, sem tantas inscrições as atividades, que ao invés de me aguçarem, em muitos momentos atropelou o meu acesso a mais saberes.
Agradeço a grande oportunidade. Se não aprendi o bastante, foi o bastante para aprender que nas perguntas se aprende mais e com mais significado.



Um abraço especial!
Vera Lúcia Vasconcelos




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