UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA UFBA/IRECÊ CICLO – CINCO ATIVIDADE – DIMENSÕES FILOSÓFICAS PROFª- ROSELI DE SÁ TEMA- TEXTO REFLEXIVO – TEORIA X PRÁ
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
UFBA/IRECÊ
CICLO – CINCO
ATIVIDADE – DIMENSÕES FILOSÓFICAS
PROFª- ROSELI DE SÁ
TEMA- TEXTO REFLEXIVO – TEORIA X PRÁTICA
CURSISTAS – VERA LUCIA VASCONCELOS E MARIA DE SOUZA GOUVEIA
O
despertar para o conhecimento de mundo inicia no renascimento, século
XVI, onde o homem já pensava em libertar do poder de Deus sobre todas as
coisas, tanto quanto das submissões sofridas pela nobreza. Para esse
pensar de mudança já tem noções de que o saber se dá com o outro, no que
se referia ao encontro de prazeres e alegrias do mundo, no caso, o
sexo, a luxúria. Isso significava que o olhar do homem se desligava do
céu para a terra voltado para as questões sociais com curiosidades mais a
tentas aos fatos, sendo necessário a intervenção idealista para que
ocorresse de fato as reivindicações, antes não desenvolvidas, devido aos
ensinamentos na maioria das escolas ficarem na responsabilidade da
igreja que fortalecia a idéia de verdade absoluta na fé em deus. Eram
poucas as escola leigas que se adaptavam a teoria do iluminismo do
século XVII, baseadas nas idéias dos pensadores da época (Kant, Locke.
Rousseau) que acreditavam que as tomadas de decisões seriam em conjunto
e contrapunham ao absolutismo de reis que criavam sua próprias leis de
decisão sobre o povo.Para tal acontecimento teriam “o homem o poder da
razão humana de interpretar e organizar o mundo” (Aranha, 1996)
Acreditamos que nesse pensar, surgiram a diversidade de idéias,
baseado no empirismo de Descarte, o racionalismo de Kant, o naturalismo
de Rousseau e o liberalismo de Locke. Ambos concordavam e divergia-se em
vários pontos de vista.Mas que influenciaram o povo nas tomadas de
decisões,quando nas revoluções comerciais e libertárias, algumas bem
sucedidas, outras não, como no caso as conjurações baiana e mineira no
Brasil, embora Tiradentes tivesse a força da palavra e o conhecimento
para articular a independência, o grupo era minoria no sentido de idéias
para contrapor o poder do rei de Portugal D.João VI sobre o Brasil, e
na Bahia faltava ao povo o conhecimento tão enfocado no iluminismo,
principalmente do pensamento de Diderot, D’ Alembert, Voltaire,
Rousseau, Hervertius, que embora não sendo educadores, acreditavam que o
ensino era o veículo de combate a desinformação de um povo sem
conhecimento em que a ignorância impedia a visão reflexiva sobre o seu
existir e agir no mundo vivido, visto e sentido.
Partindo da idéia, que entender a razão da existência do homem na
natureza, requer conhecimentos, os filósofos da é poça mediatizavam com
as suas teorias na forma de pensar e de refletir, tanto da classe
dominante, quanto da classe dominada. De um lado o medo e a resistência,
e do outro, a coragem, muitas vezes impensadas para derrubar o poder.
Dentre esses pensamentos surgem às reflexões pedagógicas que marca
esse período no sentido de uma política voltada para tornar a escola
leiga em função do estado, sendo agrupadas com o objetivo de contribuir
com o conhecimento através das enciclopédias, no intuito de abolir o
latim, e nacionalizar a língua.
Rousseau acreditava que o ensino era um caminho a seguir a partir da
razão do seu combate a surpetições e aos ensinamentos religiosos, como
já dizia Diderot que não aprendeu nada com os jesuítas, porque segundo
ele, só ensinavam tolices, e que o ensino
tinha
que se da através da enciclopédia. Esses intelectos eram vistos no uso
da razão para o seu próprio bem, e o bem comum, no caso, o ideal liberal
de Locke. Esse fato é comprovado nos dias de hoje quando constatamos
que a universalização do ensino não existe em forma intelectual, devido a
falta de escolas públicas de qualidade, bem como a qualificação dos
seus profissionais. A exemplo disso, citamos o curso de Licenciatura em
Pedagogia pela Ufba em que antes dele éramos quase ignorantes em
relação a história da educação, no que diz respeito as teorias em
evolução no campo educacional.
Um fato importante no pensamento de Rousseau foi quando disse que
concordava com ensino, como meio para obter conhecimento, desde que os
interesses pedagógicos fosse centrado no aluno e não no professor. E
acreditava que tudo se resolveria através do diálogo para se chegar a um
denominador comum.
Nos tempos atuais se pode comprovar esse dado quando sabemos
direcionar um assunto em que todos os alunos precisam encontrar caminhos
para resolver algo, como ficou comprovado nas sugestões para ida ao
tabuleiro digital com os alunos de sete a oito anos da escola onde
trabalhamos, quando não deu pra conseguir o transporte, e que eles
sabiamente opinaram o caminho mais viável e rápido –pé na estrada! Como
tantas outras decisões que tomamos juntos com as crianças. Basta ter
conhecimento para tal.
A concepção política de Rousseau era mais democrática que a de Locke,
pois acreditava que as pessoas precisavam ter liberdade de escolher, o
que seria bom pra si, sem interferência do poder do estado. Temia a
educação negativa que colocava a criança em contato com os vícios e a
hipocrisia.Opunha-se também ao conhecimento transmitido, que a criança
precisava aprender a pensar com o desenvolvimento de forma natural.
Pensando nessa linha, Rousseau já estava certo, partindo da realidade,
que se hoje, nós educadores muito nos custa o agir sobre o pensar, como
desenvolver esse hábito na criança?
Já
Locke desenvolveu uma concepção da mente infantil e da educação e dizia
ser importante o papel do professor ao proporcionar experiências
significativas que auxiliasse a criança no uso correto da razão de ser
de algo, ao defender os interesses burgueses valorizou o ensino para
aprender um ofício. O que foi visto muito na escola tecnicista, foi o
preparar dos jovens para o mercado de trabalho, às vezes abusivos
visando somente os lucros das empresas.
Kant concluiu que o conhecimento se dava, primeiro pela vontade de
aprender sobre algo, acreditando que essa seria a verdadeira moral
quando regida e que esse interesse só teria valor, mesmo com a
imposição, se fosse pelo cumprimento do dever pelo dever, e não em troca
de benefícios. (aranha, 1999, p.108). Isso significa dizer que todo
conhecimento é resultado da relação com o sujeito e o objeto, partindo
do interesse e curiosidade, como também da importância desse saber para
sua vida prática.
O conhecimento para se tornar produto, ele tem que se dá de forma
simultânea. Para entender o nosso contexto de vida hoje, é necessário
que façamos um retrocesso de vida em relação as histórias ouvidas e
escritas, como no caso da mitologia grega, a historia religiosa, e das
influencias sociais que através do conhecimento se compreende o agir e
pensar para as transformações no decorrer dos tempos, e para ter acesso a
esse conhecimento , o conhecer se dá a partir da intuição, sensitiva, a
criativa e a dedutiva, ambas fornecem meios de adquiri-lo, partindo do
pressuposto que o interesse e a vontade despertada por algo, nos induz a
caminhos das buscas para o aprofundamento desses saberes, porém, a
concretização do saber, primeiro ocorre por meios de organização de
idéias, se tem de um objeto, tanto abstrato, quanto concreto.Quer dizer
que o conhecimento real não se desliga da intuição e razão, vivido e
teorizado, o concreto e abstrato.
Enquanto
Locke e Descartes teorizavam o conhecimento como razão de sua
existência, embora com certa divergência entre eles, no que dizia
respeito à razão pura e a razão com sentimentos.Segundo Locke, toda
idéia deriva de uma experiência sensível. Kant soma a essas idéias
dizendo que não basta nem tão somente, a razão pura, e nem a razão com
sentimentos, mas que a aprendizagem para que seja suficiente, era
necessário o valor dele.
para o individuo ser capaz de atuar na sociedade em que vive.
A verdade não é absoluta, pois além do conhecimento, o homem precisa
ter princípios racionais não estabelecidos por si só, não só através do
conhecimento intelectual, mas sim, pela razão prática que são os
princípios e valores morais, regidos por meio de regras e combinados por
uma boa convivência em grupo, e não por imposições, que é a verdade da
ação moral tem como produto, e sim, pelo ato da vontade ou com autonomia
e liberdade.
Discute-se
a maneira de aprender, mediante possibilidades do ser humano atingir a
certeza, pontuamos duas tendências principais, o ceticismo e dogmatismo.
Segundo o ceticismo, a certeza absoluta não existe e nem poderia
existir, partindo da idéia que nem todo conhecimento é tido como verdade
absoluta. No século IV, devido a confrontos de povos com valores e
crenças diferenciados, Montaigne contrapõe as certezas impostas como
verdades nas escolas religiosas da época. Em referencia a esse fato,
constatamos nas escolas de hoje profissionais da área de educação, ainda
debulham livros didáticos como verdade e não se dá nem ao trabalho de
confronto de autores sobre a mesma verdade.E o que já observamos no
ensino fundamental é que essa visão já vem sofrendo mudança, apesar da
idéia ser do século IV a.C..
Opondo
ao ceticismo, o dogmatismo, o conhecimento era adquirido através do
ensino baseado em doutrinas, no qual o homem poderia atingir a certeza,
ou seja, admitia que a razão do homem sobre o um objeto possibilitava
conhecer a realidade, sem levar em conta o entender ou não da razão do
conhecer. A exemplo de nós mesmas ao ler o texto, fizemos um paralelo
com nossa vida prática, quando fazemos o sinal da cruz e não sabemos
porque e nem o significado dele, principalmente o dizer “em nome do
espírito santo” se já tem o pai e o filho.Mas repetimos em coro na
igreja sem preocuparmos de buscar um significado, já que é tido como
verdade na fé. Significa dizer, que o homem dogmático não
acompanhava/acompamha as evoluções e transformações sociais e
ficavam/ficam aprisionados no seu ideal.
Com o realismo de Descartes, o aprender ocorria pelo querer saber da
existência de algo e que para isso era preciso fazer estudos críticos
para entender o resultado da ciência, ou já existido (estudo cientifico,
pesquisas) isoladas, ou o conhecimento centrado no objeto.
Também não é um fato isolado nos dia de hoje quando tomamos
conhecimento de um resultado de uma pesquisa cientifica realizada nas
universidades e grandes centros de pesquisas.Sabe-se do resultado, mas
nunca o percurso caminhado para chegar no produto, é de fato um saber
centralizado em poucos e não socializado, simplesmente consumido como
verdade. Justifica os ensinamentos nas escolas de hoje em que nós como
professores não desenvolvemos o hábito do pensar nem nosso, nem dos
alunos sobre o objeto. Acredito que com esse estudo com Roseli esse fato
será repensado, desde que continuemos a estudar sobre... porque nos foi
possibilitado a vara da pesca, o que nos resta é encontrar caminhos
para uma boa pescaria bem pensada.
Referência bibliográfica: Aranha, Maria Lúcia de Arruda: Historia da Educação.ed.2ª. Ed.Moderna, 1996, Texto O que é conhecimento, cap.3
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