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Carta a Tico Serpa (UFBA)

Irecê, 27 de Novembro de 2005.
Meu amigo e Professor Tico
A cidade de Irecê após uma situação caótica em relação ao desenvolvimento sócio-cultural em que se encontrava durante a década de 70, e por ter em seu governo um prefeito ditador e analfabeto, em que seus interesses eram somente em obedecer, ou seja, agradar ao governador da época o Sr Antônio Carlos Magalhães, o seu povo, principalmente os jovens começaram a dar o grito de independência! Os jovens de classe menos favorecida viviam em situação de desrespeito e abandono. As escolas eram verdadeiros Cáceres privados e o as crianças sofriam por seus diretores e professores apadrinhados pelo prefeito, as piores agressões físicas e verbais. E os professores com medo de perder seu mísero salário eram omissos a tudo isso. Não fazia parte desse quadro, na época trabalhava na Escola Fundação Bradesco, um oásis na cidade. Mais te confesso, não era realizada, eu queria colaborar de certa forma, para a melhoria da educação no geral. Surgiu a grande oportunidade. A população revoltada elegeu Adalberto Lélis, um homem corajoso e determinado a derrubar o poderio de Antônio Carlos Magalhães. A cara da cidade começa a mudar nos primeiros anos de seu governo. Os professores teriam que submeter a concursos público. A Scretária de Educação promove cursos aos educadores. Ingresso nesse quadro através de concurso. Sonho com a mudança. Ainda acredito ser mesquinho o aprendizado. Um grupo de professores,junto à Secretária de Educação e o prefeito da época levam a UFBA (Universidade Federal Da Bahia) a proposta de um curso de formação no intuito de uma melhor preparação de seus professores. A proposta é analisada. Leva algum tempo para se concretizar, muitos não acreditavam que poderiam dar certo. A luta por um grupo de professores,inclusive você, tanto da Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Educação, quanto à secretaria de Educação de Irecê, foi ferrenha. Conseguimos o tão sonhado curso de Licenciatura em Pedagogia. Com ele, o diferencial, o único no Brasil. A cada dia mais aprendizado. E a cada dia mais faculdades estão sendo implantadas na minha cidade. As matrículas já no quarto ciclo, iniciam, e uma me chama atenção – “A escrita e a Oralidade” contigo Tico Serpa. Essa oficina tem como objetivo, a análise do que se fala, nem sempre poderá ser representado na escrita. E você professor faz entender que na escrita temos que termos a preocupação com a coerência e coesão do texto, e queira ou não, respeitarmos as regras da ABNT. Não sei se concordas ou não comigo nessa colocação.Tivestes o cuidado de mostrar ao grupo de cursistas através do concreto essa realidade escrita / fala, em que nos textos distribuídos demonstra as falas faladas e pede para que eu faça a transgressão preocupando com a correção no sentido das colocações verbais entre narrador e interlocutor. Confesso, não foi fácil. Percebi que tenho que aperfeiçoar bem mais o estudo nesse sentido. Sinto a necessidade de voltar tanto à gramática bem como ler mais textos em que envolva falas de narrador e interlocutor. Certifico que tenho que atender as suas sugestões, quanto a leitura de contos e crônicas.
E você meu amigo professor, o que me sugere a mais, com sua experiência larga de convivência e prática nas falas faladas e escritas?
Finalizo na expectativa de que entenda a importância dessa oficina e a mensagem transmitida à reflexão a ação dos textos escritos e falados na sociedade contemporânea.E que posso contar com seu retorno permanente com suas povoações enriquecedora à minha singularidade, como diz o professor Menandro – a escrita é singular, embora necessita de outras povoações.
Um abraço da amiga e admiradora
Vera Lúcia

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